EXPO itinerante “ANGOLA: MUXIMA, DESENHO E TEXTO”
Esta Expo vai itinerar e transportar com ela muitos mundos. Fomos a Angola, entre 31 de janeiro e 13 de fevereiro de 2015, o coração ansioso por retratar exato, em desenho de urban sketching e num aluandado urban texting, um povo admirável e o meio social e cultural em que se exprime, esperando a conclusão do livro a tempo de homenagear o 40º aniversário da independência (dipanda, em quimbundo), em 15 de Novembro desse ano.
A Senhora da Muxima, a Kianda, muitos cazumbis e os cidadãos com que deparámos nas ruas e becos ou rios e matas, ou praias e estradas, as zungueiras, os agentes policiais, os transeuntes, os jovens, os kotas, enfim, gostaram da nossa missão, e diziam: “és artista”, “me põe também no desenho”, ou acrescentavam um pormenor “falta o quintalão da igreja”, “xé, bem bonito”, “quando posso ver isso no livro?” e até diziam “és cuiado”! Esses mundos estão no livro de onde esta Expo se recriou: pessoas e vidas, imagens e memórias, corações trocados em oferta, e a admiração sem limites por um povo único, digníssimo, aliado da amizade e da partilha, onde sobreleva a tudo o mais a vontade de viver.
O projeto ambiciona editar mais três livros: faltam os volumes que dizem respeito ao Norte, ao Sul e ao Leste de Angola. Os recursos foram mínimos e o livro é milagre. Jamais podemos esquecer a única empresa que patrocinou a nossa fé e vontade, a Conduril-Sucursal de Angola.
Nos dias inaugurais desta itinerância pelo país fora os dois autores farão, juntos sempre que possível, uma palestra a narrar esta viagem e o projeto que lhe deu base e nessas sessões haverá uma mesa com exemplares para venda.
Luís Mascarenhas Gaivão e Luís Ançã
DESENHOS ESCRITOS E PALAVRAS DESENHADAS
O desenho ocupa o primeiro passo do ser humano sobre o que fazia para ver e para que fosse visto pelos outros. Foi assim na Pré-História, a criatividade. Mas o desenho feito nas paredes das grutas tinha consigo mistérios daquilo que se descobre e pode chamar a caça ou impedir as tempestades. Quando as mãos do homem começaram a desenhar não se imaginaria que muito tempo depois estaríamos na informática. Na verdade, foi no tempo da necessidade de codificar a comunicação oral que se desenharam os signos que levaram o Homem à escrita, ou seja, a desenhar letras.
No meu tempo de escola primária, em cada linha do caderno, a minha mãe ou a professora – que havia o caderno de casa – desenhavam em cada linha uma letra que eu repetia o desenho da letra até ao fim da linha com a consciência de que as letras mais parecidas com a matriz do lado esquerdo eram letras bonitas. Aprendia-se a ler desenhando letras. Depois, com o direito a lápis de cores era uma autêntica descoberta do nosso imaginário, a roda era uma chatice e o guiador da bicicleta ainda mais e foi assim na aprendizagem da vida com o desenho até chegarmos à nossa assinatura, uma espécie de desenho identitário.
Estes desenhos remetem-me à infância onde eu, como hoje, artista de só três retratos a carvão, mantenho a minha paixão pelos desenhos sobre todos os temas, principalmente os relativos à minha terra, paisagens, instantâneos, tatuagens na chuva e no vento, rostos, enfim, desenhos que, como estes, gostaria de ter estado ao lado do artista para vê-lo criar e nós podermos saborear de como o artista trata as cores como se estivesse a fazer brincadeiras com o nosso arco-íris e sensibilidade de pássaros debicando estrelas.
O mais interessante, neste livro, nestes desenhos do pulsar de Angola, escreve-se a nossa idiossincrasia pela palavra que o escritor ondula numa simplicidade poética que se mistura com os desenhos.
Escrita que se desenha e desenhos que se escrevem num livro que entrega a arte à nossa calma, fantasia e paz.
Na Pré-História os desenhos envolviam mistérios, estes, agora, envolvem uma montanha de feitiços de bem-fazer.
Manuel Rui
Reportagem na RTP África no dia 20 de Janeiro de 2017
(minuto 8:50)
16 a 23 de Janeiro de 2017
Espaço m, Porto
27 de Janeiro a 17 de Fevereiro de 2017
Galeria do Salão Medieval, Universidade do Minho, Braga
21 a 25 de Fevereiro de 2017
Correntes d’Escritas, Póvoa de Varzim
20 a 31 de Março de 2017
Escola E.B.2,3 Dr. José dos Santos Bessa, Carapinheira, Montemor-o-Velho
6 de Abril a 4 de Maio de 2017
Biblioteca Municipal de Vagos
Galeria Verney, Oeiras
23 a 27 de Maio de 2017
Livraria da Universidade de Aveiro
26 de Fevereiro de 2018
Universidade da Beira Interior
Imagens: TV MCJ
12 a 30 de Abril de 2018
Centro Cultural Português – Camões no Luxemburgo
6 a 31 de Julho de 2018
Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão
23 a 27 de Janeiro de 2019
Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde,
Luanda. Angola
3 a 16 de Junho de 2019
Spóldzielni "Ogniwo"
Cracóvia, Polónia
19 de Outubro a 22 de Novembro de 2019
6 a 31 de Julho de 2018
Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão
23 a 27 de Janeiro de 2019
Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde,
Luanda. Angola
3 a 16 de Junho de 2019
Spóldzielni "Ogniwo"
Cracóvia, Polónia
19 de Outubro a 22 de Novembro de 2019
Centro de Ciência do Café
Campo Maior